domingo, 21 de setembro de 2008
Equinócio de Outono?
Pedi à cigarra que se recolhesse ao ar quente da casa. Ela não ouviu. Supliquei explicando que lá fora já faz frio e que é inútil lutar contra o tempo. Sugeri, carinhosa, que ela guardasse a viola, ou fosse tocar no porão, afinal de contas: Acabou-se o verão, D. Cigarra! Mas desde quando cigarra têm ouvidos? Ela continuou a cantar ao sol e ao luar, incessantemente, sem parar. E quando lhe perguntei o porquê de tamanha desobediência, a cigarra, muito matreira, me respondeu: Ora bolas, meu coração ainda queima de alegria e nele o sol continua a brilhar, todos os dias! Para completar o infame colóquio, a danada da cigarra, sem pudores, saltou por entre as flores e pôs-se a voar.
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