Sofá com chazinho

Meus queridos, O Baile no Céu voltou, mas voltou para ficar por aqui. O Saturnália continua firme, forte, lindo e provocador com o quarteto fantástico saturnálico: João, eu, Karen e Vis. Com Horóscopo do dia, Microróscopo, pedidos à Lua e muito, mas muito mais. O Baile é mais para mim mesma, para vocês - meus amigos que me lêem- , que acompanham o que faço por aqui. É um papo mais íntimo, um diário de bordo, um sofá com chazinho. Um modo de falar com vocês e de ouví-los também, nos comentários.

Estava com saudades! :D

A vida aqui anda corrida, desafiadora, animada e feliz. Corrida porque estou dando aulas todos os dias, estou com 4 turmas lá no Ibrit. Animada e feliz pelo mesmo motivo e por outros tantos, também. Voltar a dar aulas e ter essa troca com os alunos é algo que me alimenta, me nutre mesmo. Desafiadora porque não se pára nunca de aprender com vida, com as pessoas. E de se surpreender, também.

Na faculdade, este trimestre, estou estudando latim e etnologia, tô curtinho muito. Minha profe de latim tem uma didática animal, jamais vista em professores da língua de Cicerone, pelos menos naqueles com quem topei até hoje. Aí, o que achava que ia ser dureza, está sendo fonte de inspiração, tanto no conteúdo - visto que o latim é língua mãe do italiano e do português -, quanto na forma de dar aula da professora Giublena, na sua didática.

Fui e voltei do Brasil, como muitos de vocês sabem. Pouca coisa para contar. Muitas coisas sentidas. Foi maravilhoso pisar em terras brasileiras, abraçar a família e os amigos, ouvir português o tempo todo, achar livros em português para comprar :D, comer pão de queijo e churrasco. Na mala trouxe saudades de tudo e de todos, mais as Havaianas e esmalte Colorama. Já disse que esmalte aqui é hiper caro?

Em agosto, nas férias, estive em Roma, pela segunda vez, e deixei lá minha moedinha na Fontana de Trevi para voltar sempre e sempre àquela città stupenda.


Este próximo ano será o último por aqui, ao que tudo indica. Mas, antes, tenho que escrever minha tesina para a faculdade e o Marcelo deve terminar de escrever sua tesona, sua tese de doutorado. Teremos bastante trabalho este ano, trabalho dos bons. E alguma nostalgia antecipada.

Uma vez, um amigo meu peruano, o Maurício, que morou em vários lugares do mundo, inclusive no Brasil, me disse: o primeiro ano que moramos num país estrangeiro é o mais difícil, no segundo as coisas melhoram e no terceiro tudo fica ótimo, a gente se sente já parte do lugar. E é verdade. Voltei do Brasil e, chegando aqui, me senti em casa, também. Senti que este lugar será minha casa para sempre. E que terei dois corações, irremediavelmente. Além de duas cidadanias. :D

Então é isso, amigos, seguirei aqui contando o meu baile. Para ter essas palavras como documento vivo de memória e para, enquanto escrevo, sentir que falo com vocês. Querem voltar a bailar comigo, aqui na nossa sala de estar? Podemos tomar chazinho, cafezinho e até mesmo vinho. Why not? :D