O Sol no Capricórnio deixou o mundo branco e cinza, aqui no norte. Cinza e branco quase azul. E as calçadas cheias de sal. A Lua em Peixes trouxe a névoa. A confusão, a falta de trens, ônibus, o carro que teve que ficar em casa. O povo ficou perdido. A neve bagunça tudo, mas cria também paisagens de sonho. Muda totalmente o aspecto da cidade. O dia mistura tudo, dissolve, liga, compreende. Enlouquece. A boa loucura que nos deixa sãos.
No dia de hoje, a gente mira os olhos de ressaca da Capitu e vem arrastando por eles para o grande mar. Sentimentos, emoções. Segure-se nos cabelos dela, ou ponha cera nos ouvidos, como fez Ulisses, para não ser levado pelo encanto das sereias. Para não ser engolido. Mas navegue a aproveite a paisagem, mesmo que confusa ela seja. Confusão e beleza.
No início da tarde, movimento, inspiração e boas conversas. A gente distribui abraços, beijos e os melhores votos às pessoas. Desejos de um Bom Natal e de um Novo Ano próspero e feliz. Eu adoro fazer isso. E é bom também para os meus, os seus, os nossos tráfegos comerciais, intelectuais. O fluxo do dia. A Lua faz sextil com o mensageiro dos deuses.
Mas será que o trânsito vai fluir, hein? Aqui, o tráfego, a causa da neve, está complicadíssimo. O frio polar destruiu boa parte da rede elétrica dos trens. A neve, para quem não tem pneus adequados, fez o povo ter que deixar o carro em casa. Justo quando os meios de transporte deram tilt. Ontem, quando finalmente consegui voltar de Milão, escorreguei de bike e fui ao chão. Caí um belo tombo no meio da rua. Nada grave. Só o susto. Meno male. Talvez hoje, o sistema elétrico sia messo a posto. Speriamo!
No meio da tarde, rola uma maior agitação. Pororoca, pororoca, pororoca. A Lua casa com Urano e o dia abraça o inusitado. Para quem curte navegar em mares nunca d'antes navegados, o dia flui, segue seu curso em direção ao mar. Pororoca, pororoca, pororoca.
Me lembrei desta música e da Capitu:
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
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