Júpiter está em Câncer desde junho do ano passado, como vocês já sabem, e retomou o movimento direto há alguns dias, agora no início de março. Júpiter, no baile do céu, está se opondo a Plutão em Capricórnio e faz quadratura com Urano em Áries.
Para entender um pouco mais a respeito desse planeta, vos digo, a tendência de Júpiter é a de se expandir, se dilatar. As qualidades benéficas e fecundas de Júpiter encontram em Câncer um lar cheio de calor e proteção. Por isso mesmo, as relações familiares e emocionais ficam favorecidas com esse ingresso. E como Câncer é um signo muito ocupado com a segurança, tudo que se refere a ela entra na pauta do dia.
Júpiter tende a trazer e mostrar o melhor de um signo. No signo no qual se exalta, isso fica ainda mais evidente. Por isso, durante esse trânsito, pudemos assistir a um aumento do bem estar emocional e familiar. E bem estar aqui entendido como um ambiente propício, nutridor e acolhedor, mas também um ambiente fecundo e pleno de recursos. A abundância é um dos temas desse Júpiter em Câncer. Você acredita nela? A riqueza aqui perpassa também as experiências vividas e a memória dos tempos idos.
Família é com quem eu me sinto em casa. E esse eixo Câncer-Capricórnio, que fala de segurança emocional e estrutural, será mais do que sacudido. Isso porque a nossa sociedade está mesmo muito pautada na segurança, na forma de todas as coisas. E essa forma está bem velha já. Urano vem mostrar o que há de novo.
Júpiter em Câncer amplia as questões familiares e Plutão, por outro lado está a transformar as estruturas arcaicas nas quais nos inserimos. Plutão, lentamente, possibilita que transformemos a relação que temos com as autoridades, com o que está aí estabelecido. Urano em Áries nos convida fortemente a assumirmos o nosso “Eu”, com liberdade, com alegria e um tanto de impaciência também.
Júpiter também fez aspecto com Saturno e o mergulho no próprio inconsciente pessoal possibilita que descubramos como nos nutrir em todos os sentidos. Sentir é a direção.
Eu me tornei mãe há 6 meses. Júpiter já estava em Câncer e esses aspectos descritos acima já estavam configurados no céu. Vimos o povo sair às ruas e eu, particularmente, tenho visto e vivido a importância da maternidade de um ponto de vista pessoal, claro, mas também social.
No ano passado, tivemos o documentário “O Renascimento do parto”, um documentário brasileiro que trata da importância de mudarmos o modo como estamos vindo ao mundo. Em miúdos, como vocês devem já saber, aqui no Brasil, abundam as cesarianas desnecessárias. O nascimento de um ser humano deixou de ser um evento fisiológico e passou a ser uma cirurgia. Fica tudo então na mão dos médicos.
Depois de nascer de cesárea, as crianças muitas vezes, ainda são privadas do calor e do sabor do seio materno e já iniciam as suas vidinhas com a boca colada num bico de plástico. Depois, para as distrair e deixá-las quietinhas, dá-lhe Galinha Pintadinha. Os pais, muitas vezes também, terceirizam a criação dos filhos pois afinal de contas devem trabalhar para ganhar mais e mais dinheiro, para que os filhos tenham tudo e patati patatá. Resultado: os filhos têm tudo, menos os pais por perto.
Isso para muitos, mas não para todos, felizmente.
Para um novo nascimento, para novos seres humanos crescerem saudáveis é preciso que retornemos ao lar, ao útero. É preciso coragem e ousadia também para mudar tudo. O que os médicos dizem nem sempre é lei. Os palpites alheios idem. A gente perdeu o contato com os próprios instintos, com a nossa intuição. Toda mãe conectada com seu filho sabe o que é melhor pra ele. Isso é saúde. Mas temos coragem de assumir isso? Ah, não pode deixar a criança dormir na cama dos pais, não pode dar de mamar a não ser num intervalo de 3 em 3 horas, não pode pegar no colo toda vez que o bebê chora, não pode isso, não pode aquilo. Vamos estragar os bebês se os embalarmos e dermos amor e atenção a eles. Será?
Criar um filho virou uma tarefa organizada em moldes estruturais e não mais uma coisa orgânica. E nem amorosa. Esquecemos que cada bebê é um bebê. E cada um tem as suas características. Mas insistimos em adotar procedimentos padrões para todos.
Além disso, as famílias de hoje são pequenas. Marido, mulher gato e cachorro, no máximo. Todos trancados em um apartamento. Quando temos um filho, damos um soco no estômago da individualidade, pelo menos por um tempo. A maternidade e a paternidade nos desmontam. Nos damos conta que precisamos de mais gente, de que as crianças precisam de mais referenciais. Precisamos resgatar as nossas famílias, sejam elas de sangue ou não. Precisamos de uma aldeia, de uma comunidade para criar nossos filhos.
Para finalizar essas minhas reflexões, penso que hoje em dia ninguém tem mais a desculpa de não saber das coisas. Tá tudo aí, basta ver, ler, procurar saber e questionar. Frases como: "o médico disse que meu leite não era suficiente então eu parei de dar de mamar". Ou essa: "meu médico ia viajar então tivemos que marcar a cesárea para uns dias antes", ou ainda: "A pediatra receitou o remédio, mas eu nem li a bula" não colam mais. A responsabilidade é nossa. Já sabemos tudo, ou ao menos temos meios de saber. Só precisamos descobrir como voltar a fazer algumas coisas como antes. E precisamos ter a coragem de fazer o novo aparecer. Com amor, sempre!
Tchau, vou lá cheirar o meu filhote.
Assinado: mãe mamífera
0 commenti:
Postar um comentário