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sábado, 14 de fevereiro de 2009

Virgens

Tem um texto da Marta Medeiros, um dentre tantos que li dela na Zero Hora dominical, que guardei na memória, porque gostei muito. É um que fala, a grosso modo, que nós somos sempre virgens em alguma coisa. Isso porque sempre existe algo que não experimentamos e que, quando o fazemos pela primeira vez, sentimos aquele misto de curiosidade, desejo e um pouquinho, ou mais, de apreensão, dependendo da pessoa.

Hoje me senti profundamente assim. Passei pela Praça do Duomo, em Milão, e a vi vazia, sem turistas, sem o trânsito frenético de pessoas e até mesmo sem as pombas (!!!). O Sol tinha recém nascido e a luz da praça era outra. A praça era outra. O Duomo com aquela luz e naquela paisagem vazia parecia ainda mais imponente e impactante. Fazia muito frio, -1 às 8:20 da manhã, e eu escutava Cássia Eller, enquanto me dirigia para o meu novo trabalho. O primeiro dia.

Hoje foi a primeira vez que dei aula de português para um grupo de italianos, para uma peruana e para uma alemã. Eles também estudavam português, pela primeira vez, e todas as palavras tão velhas conhecidas minhas, vibravam virgens em suas cordas vocais.

Ah, mas nem tudo é novo: a satisfação de ter de novamente um grupo de alunos em uma espaço não-virtual é já antiga e, na falta dela, senti o que em português se chama saudades.

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