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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Presente

Marc chagall - Les Lumieres du Mariage. Kunsthaus- Museu de arte de Zurique.

Para Lucia e Stefano que se casam no próximo sábado.

Naquele dia não se via o sol, apenas o se entrevia atrás da névoa e das nuvens. Ela ficara em casa, durante a manhã. Pantufa e bandana na cabeça. Cozinhou com poucos temperos e muita alma. Só assim sentia o sabor essencial de tudo. Abria gavetas e revia fotos antigas. Lágrimas vieram dizer-lhe: oi, sentimos saudades! Escancarou baús de si mesma e deixou o passado dançar à sua frente, para depois fechar e guardar tudo bem direitinho. Encheu a banheira e tomou um banho demorado. Mémorias boiavam aqui e ali. Gostava do barulho que a água fazia.

Mas tinha de sair do aconhego de sua casa para comprar um presente de casamento e ir trabalhar. Estava decidida: daria lençóis brancos, junto ao desejo de muitas belas noites de sonho e de amor. Foi ao café de sempre e pediu chá de limão. E deu-se conta que suas luvas, manta e meias de lã a protegiam não só do frio, mas eram uma extensão da sua própria casa, do lar que carregava dentro de si. Foi trabalhar feliz. Os tempos se misturavam, mas tudo lhe soava como um belo presente.

In Italiano:

A Lucia e Stefano che si sposano sabato prossimo

In quel giorno non si vedeva il sole, ma lo si intravedeva dietro le nuvole e la nebbia. Era rimasta a casa per tutta la mattina. Pantofole e fazzoletto per trattenere i capelli. Cucinò con quasi nessun condimento, ma molt'anima. E così sentiva il sapore essenziale di tutto. Apriva i cassetti per rivedere delle foto antiche. Lacrime la salutavano dicendo: ciao, ci sei mancata! Con tutto aperto lasciò il passato ballare davanti a se, per dopo chiudere tutto molto, molto bene. Riempì la vasca da bagno e fece una lunga doccia. Le sue memorie galleggiavano qui e lì. Le piaceva il rumore dell'acqua.


Ma doveva uscire dal nido di casa per comperare un regalo di matrimonio e lavorare. Era decisa: comprerebbe delle lenzuola bianche ed insiemi a ciò farebbe anche gli auguri di molte belle notte di sonno e d'amore. Andò al caffè e chiese tè al limone. E si accorse che i suoi guanti, sciarpa e calzini di lana la proteggevano dal freddo, ma non solo: erano un'estensione del suo nido, della casa che portava dentro di sé. Andò a lavorare felice. I tempi si mescolavano, ma tutto LE sembrava un bellissimo presente.

5 commenti:

finish on 28 de janeiro de 2010 às 15:36 disse...

Que conto mais lindo...
Quanta realidade na fantasia...
Lindo lindo lindo, e principalmente, verdadeiro.
Bjos.
Anaff_Ferrero

Daniela Scheifler on 28 de janeiro de 2010 às 16:07 disse...

É um presente para um casal de amigos italianos que se casam no sábado.

Daniela Scheifler on 28 de janeiro de 2010 às 16:07 disse...

E só vou mostrar a eles depois do casamento. :)

Maria on 28 de janeiro de 2010 às 18:08 disse...

Lindo Dani, estava inspirada...
Belo presente, eu adorarai ganhar algo assim!
bjs

Marcelo Cortimiglia on 28 de janeiro de 2010 às 18:35 disse...

Lindo, amor.

Mas, agora o lado pratico: comprou o presente? ;-)

Beijos, Marcelo

 

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