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sábado, 27 de setembro de 2008

viramundo

Descuidada, ela deixou cair a grossa corrente que pendia do seu pescoço.

-Tim, tum, tim, tum, péim, blump ... (silêncio)

Perdeu-a de vista, num poço fundo, de densas e escuras águas.

Antes que ela pudesse decidir o que fazer, sem o habitual peso, voou sua imensidão
..............................

Quando voltou, com o peito cheiinho de ar, quis mergulhar no poço a fim de recuperar a corrente que, ainda que pesada, lhe caía tão bem. Abriu a espessa grade e de lá, improvisamente, a água jorrou forte e quente, banhando-a.

Ela sorriu.

Os sapos que lá estavam, felizes por terem sido libertos, saíram pululando e coaxando suas notícias.

Foi uma confusão!

Quando finalmente se acalmaram, longamente, puseram-se todos a conversar.

Os sapos restituíram-lhe a corrente e, muito sabidos, mostraram como fazer e desfazer o cordão com numerosas maneiras e medidas.

Surgiram belos e infinitos colares.

Com a nova técnica, nada pesava tanto e ela passou a se adornar de muitas formas. Foram tantas as voltas que ela deu nos muitos cordões que, por fim, tudo se transformou num belo par de asas.

2 commenti:

none on 27 de setembro de 2008 às 12:00 disse...

lindo! imagens fortes... corrente, colares, asas; passagens. parabéns, dani.

Hericka Zogbi J Dias, Dra. Me. on 9 de outubro de 2008 às 02:13 disse...

perfeito. senti a água. coisa rara, sabes de quem escreve, fazer sentir.

 

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