sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Horoscopus do dia 05: Kairos, o momento propício
O dia segue nas profundezas do Escorpião. E a Lua míngua no céu. Quando a Lua está minguante o melhor é revisar o que foi feito, fechar os pontos e não dar início a mais nada. Economizar-se. Bom, pelo que sei o povo no hemisfério sul não tem forças para mais nada mesmo, a causa do calor intenso. Aqui, o frio intensificou-se e nevou, again! O mundo tá branquinho lá fora.
Lua no Escorpião e Júpiter sextil Plutão. Resultado? o momento é bastante propício para olhar para dentro, para si e para as experiências difíceis, de forma positiva e otimista, com aceitação. Estou lendo o Puer Aeternus de James Hillman, um grande seguidor de Jung. E em uma determinada parte do livro, ao falar de confiança e traição ele diz: 'Porque é necessário dizer claramente que viver ou amar somente em situações as quais podemos confiar, onde estamos seguros e protegidos, onde a palavra dada é para sempre, onde a dor não nos alcança, isso significa estar fora da vida. '(tradução livre do italiano para o português)
Relacionei essa frase ao trânsito, pois Júpiter é a confiança, enquanto que Plutão mora abaixo da superfície da terra e vê o que escondemos por baixo dos panos. E é ele que anuncia que nem tudo está perfeito, que não somos tão bonitinhos e limpinhos quanto pensávamos. Plutão é também a necessidade de aceitar o escuro do mundo e transmutar o que deve ser transformado. E o dia está propício.
À noitinha, a Lua quadra com o Sol. E uma coisa parece não fechar com a outra. O Sol transita o objetivo e desapegado Aquário, enquanto a Lua o intenso e apegadíssimo Escorpião. O melhor a fazer é olhar para dentro, de forma intensa, com coragem de mudar o que velho e podre já está. O momento é Kairos.
Jung aparece numa citação do livro e diz:
Nós vivemos no Kairos*, na espera de uma metamorfose dos deuses, ou seja, dos princípios e símbolos fundamentais. Esta exigência do nosso tempo, que realmente não escolhemos conscientemente é a expressão do homem interior e inconciente que se transforma. Desta mudança grávida de consequências deverão entender as gerações futuras, sempre que a humanidade queira salvar-se da autodestruição, que a ameaça pela potência da sua técnica e da sua ciência.
* Enquanto que Cronos refere-se ao tempo cronólogico, linear e sequencial, Kairos descreve o tempo dos deuses que não pode ser medido. O momento indeterminado em que algo especial acontece. É um tempo qualitativo.
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2 commenti:
fantástico né?! os caras eram os caras mesmo...
falando em Kairos, faz todo o sentido mesmo, que dias esses de pensar e mais pensar... quase que desordenadamente...
beijo beijoo
Eles são mesmo. O Jung é um fofo e agradeço ele ter tantos seguidores, pois assim consigo entendê-lo.
(é que, na real, acho os livros dele chatos e, tirando o 'Sonhos, memórias e Reflexões', os outros não consegui ler)
beijos, beijos!
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