"E depois vi as pedrinhas brancas que eu mesmo havia posto ali e que refletiam a lua. As luzes estavam acesas e as crianças andavam de lá pra cá pelos cômodos da casa. Se sentiam mil odores por toda a parte. A umidade da noite e as formas escuras se colocavam diante de mim, imperiosas, e então, eu pressentia o sangue que pulsava em minhas veias e que fazia crescer na alma o desejo de abraçar as coisas, as flores, as hortênsias, os lírios que haviam resistido ao primeiro frio, e depois Esmeralda e as crianças. E aquela necessidade íntima, profunda se tranformava em uma névoa que se apoderava da minha vista. Uma vez dentro de casa, disse isso ao pé de ouvido de Esmeralda. Ela sorriu como se dissesse: 'A mim estas coisas acontecem todos os dias, tu não és nem o primeiro, nem o último'. Mas naquele momento eu era o único, para mim e para tudo aquilo que estava ao meu redor. O clarão lunar chegava da janela e o coração se inflava, se dilatava, invadia as coisas. O corpo permanecia imóvel como os animais que fixam e sentem. Quiçá o que sentem..."
Excerto do livro:
Come il re e la regina di Graziella Bonansea, minha professora de História do corpo e do imaginário. Capítulo XXXI pág. 155. Tradução livre minha, do italiano para o português.
2 commenti:
grazie per aver apprezzato la mia pittura,
un cordiale saluto
Lucia Merli
Lucia,
L'ho apprezzata tantisisimo. 'E bellissima la tua pittura. Spero di averla referenziato devidamente.
un grand saluto a te!
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